segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Não entres tão depressa nessa noite escura

Não entres tão depressa nessa noite escura;
A velhice devia queimar-se e dissipar-se ao fim do dia:
Revolta-te, revolta-te contra o desvanecer da luz!

Embora os homens sábios saibam que pelo final a escuridão é certa,
Porque as suas palavras não lhes lavraram luz,
Não entres tão depressa nessa noite escura.

Aos homens bons, que ao último aceno, choram,
O brilhantismo dos seus feitos, dançando numa baía verde,
Revoltem-se, revoltem-se contra o desvanecer da luz!

Aos homens indomáveis que agarraram e cantaram o sol em pleno voo,
E aprenderam, demasiado tarde, atormentando-se pelo caminho,
Não entrem tão depressa nessa noite escura.

Aos homens duros, que às portas da morte, vêem às escuras.
Com os seus olhos cegos poderiam cegar meteoros e ser eternamente felizes,
Revoltem-se, revoltem-se contra o desvanecer da luz!

E tu, meu pai, lá nas tristes alturas,
Insulta-me,  abençoa-me, com as tuas duras lágrimas, eu rezo.
Não entres tão depressa nessa noite escura.
Revolta-te, revolta-te contra o desvanecer da luz!

Dylan Thomas

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